Orixás

 
Na Umbanda existe o sincretismo, que é a correspondência entre a vibração (o Orixá) e os santos da Igreja Católica. Essa correspondência varia um pouco, existindo algumas diferenças entre o praticado no Rio de Janeiro, na Bahia e em Pernambuco; por isso, afirmamos o que importa é a Vibração e não o sincretismo. Mais importa a forma correta de atrair as diversas vibrações.
 
     Existem no total 21 Vibrações, dentre as quais, incluem as de Oxalá, Ogum, Xangô Puro, Xangô do Oriente, Oxossi, Omulu, Iemanjá, Oxum, Iansã, Ossain, Nanã e Oxumarê, que constituem as vibrações dos Orixás.
 
    Orixá não é santo. Orixá não foi uma pessoa. Nunca viveu, nunca encarnou, nunca veio à Terra. Mas, como toda regra tem uma exceção, na Umbanda existe um caso especial, que é Oxalá. O principal Orixá. Deus todo-poderoso, Que aparece sincretizado com Nosso Senhor Jesus Cristo, dada à sua potencialidade mediúnica divina.

 

                                Oxalá
Oxalá é o Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. Apresenta-se de duas maneiras: moço (chamado Oxaguian, identificado no jogo domerindilogun pelo odu ejionile) e velho (chamado Oxalufan e identificado pelo odu ofun). 

    Os símbolos do primeiro são uma idá (espada), "mão de pilão" e um escudo; o símbolo do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado opaxorô.

    A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul; a de Oxalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira.

    Sua saudação é ÈPA BÀBÁ! Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do panteão africano. Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertencem os olhos que vêem tudo.

 

" Oxalá meu pai

Tenha pena de nós tem dó

A volta no mundo é grande

Seus poderes são maiores "

 

 

Xangô

Xangô é sincretizado com São Jerônimo, São Pedro, São João Batista, cujo poder se manifesta na pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como a estrela de 6 pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do universo.

 

" Meu pai São João Batista ele é Xangô

É dono do meu destino até o fim

Se um dia me faltar a fé no meu senhor

Que enrole essa pedreira sobre mim "

 

 

Iemanjá

 

    Iemanjá é a Rainha do Mar, a grande mãe da Umbanda que cuida de todos nós, seus filhos, com zelo e carinho. É aquela que mima, que acalenta e que acolhe mas que, como toda mãe, também sabe dar broncas e puxões de orelha quando necessário. Iemanjá é aquela necessidade que temos de saber se aqueles que amamos estão bem, é a dor pela preocupação, é o amor ao próximo, é a manutenção da harmonia do lar. Iemanjá é o Orixá que rege nossos lares, nossas casas, é ela quem dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto.

    Iemanjá é geradora, é vida, pois é ela que nos traz oportunidades de crescimento em todos os sentidos da vida. Oferendamos Iemanjá quando precisamos de coisas novas em nossos caminhos, por isso pedimos a Ela que gere em nós a vontade de viver, de crescer, de melhorar, etc. Pedimos que Ela gere em nós, e para nós, novas oportunidades em todos os sentidos da vida.

    Seus símbolos são a lua minguante, ondas e peixes; suas cores são o branco cristalino ou o azul claro; seu instrumento é o abebé, um leque em forma circular prateado que pode trazer um espelho no centro; sua pedra é o Diamante; ervas principais são jasmim, graviola, musgo marinho encontrado nas pedras do mar, colônia, rosa branca, malva branca, flor de laranjeira entre outras; seu ponto de força é o mar.

" Eu sou filho de yabá

Yabá é minha mãe

A rainha do tesouro, odociaba!

No fundo do mar, odociaba!

No fundo do mar, odociaba! "

 
Iansã

 

    Iansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Oyá. É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona,, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara, talvez por causa do raio, já que a santa é sempre invocada para proteger um fiel de uma tempestade. O mesmo acontece com Oyá, que deve ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente porque tem sido Iansã uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e, conseqüentemente, da tempestade.

    Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, ameaçando os outros, prometendo a guerra, sempre guerreira e, ao mesmo tempo, feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma que desmedida com que exterioriza sua cólera.

 

" O tempo virou

Lá no fim do horizonte

Foi um lindo clarão

Foi Oyá quem chegou

Ela vem com sua espada

Acompanhada das guerreiras

Vem fazer cumprir, Oya

As leis de Oxalá "

 
Ogum

 

Ele é o Senhor da guerra, indomável e imbatível defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os que estão em demanda.

Foi Ogum quem ensinou aos homenso trabalho com ferro e aço. Seus instrumentos, além da espada são: alavanca, machado, pá, enxada, faca, etc. Com os quais ajudou os homens a dominar à natureza e a transformaá-la.

No sincretismo Ogum é associado a São Jorge, 23 de Abril.

Como está sempre ligado ao poder e a força, este Orixá não gosta de Ter suas ordens desobedecidas. Quando não é atendido fica irado e perde a razão e castiga àqueles que o desobedeceram, arrependendo-se depois.

A cor de Ogum é o vermelho, mas pode ser associado ao verde. Sua bebida é a cerveja branca, seu dia da semana é a terça-feira. 

Este Orixá foi casado com Iansã, a Orixá dos ventos, que fugiu com Xangô. Também foi casado com Oxum, a Orixá da água doce, que abandonou Ogum para se casar com Oxossi, o Orixá das matas.

Ogum também é considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigosos, dominando a rua com o auxílio de Exu, seu irmão e rei das encruzilhadas e dos cemitérios.

" Se meu Pai é Ogum, Ogum

Vencedor de demanda

Quando chega no reino é para salvar filhos de Umbanda

Ogum, Ogum Iara

Ogum, Ogum Iara

Salve os campos de batalha

Salve a sereia do mar

Ogum, Ogum Iara "

 

Oxum

    Oxum é a Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, dona da fertilidade e da vida. É o amor verdadeiro e incondicional, aquele amor puro, real, maduro e solidificado. Essa Orixá está ligada também ao casamento, à união entre pessoas, à prosperidade, ao ventre da mulher, à fecundidade e às crianças. Podemos dizer então que, por consequência, Oxum está intimamente ligada à felicidade. A Ela pedimos que acalente e alimente nosso coração tornando-o  forte e amoroso como suas qualidades Divinas.Assim como a água Oxum está em tudo pois se amamos algo ou alguém é porque Ela está dentro de nós.

    Suas cores são amarelo (no candomblé) ou azul claro (na umbanda), suas pedras ametista ou quartzo rosa eseus pontos de força são as cachoeiras, os rios e as nascentes. É sincretizada com diversas Nossas Senhoras, na Bahia ela é tida como Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres homenageada muitas vezes dia 2 de fevereiro junto com Iemanjá, no Sul do Brasil ocorre o sincretismo com Nossa Senhora da Conceição sendo homenageada no dia 8 de dezembro e no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora com denominação de Nossa Senhora ora com Nossa Senhora Aparecida, homenageada então dia 12 de outubro. No Rio de Janeiro é homenageada no dia 08 de dezembro, Nossa Senhora da Conceição.

" Eu vi a deusa da natureza

A rainha da beleza

Com seu manto azul, era todo azul

Parecia o céu todo estrelado

Era o manto sagrado da nossa mamãe Oxum

Eu juro, pensei que fosse miragem

Ao olhar aquela imagem me causou grande emoção

Ela, que é a minha estrela guia

E ao meu lado sorria

E eu beijava a sua mão, ora aieieu

Ela, que é a minha estrela guia

E ao meu lado sorria

E eu beijava a sua mãe, ora aieieu "

 

Oxossi

 

    

Oxóssi, na Umbanda é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião. No Candomblé brasileiro é um antepassado africano divinizado, filho de Yemanjá, protetor das matas, sincretizado com São Sebastião no Rio de Janeiro e na Bahia. Diz o mito que Oxóssi era irmão de Omulu-Obaluayê e rei da cidade de Oyó, cidade da África sudanesa, de onde provém os povos nagô ( keto, ijexá e oyó) e mina-jeje.

    Oxóssi é o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.

    O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de fazê-lo, pois falta o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste Orixá regente do pólo positivo da linha do Conhecimento.

Simbolicamente representamos Oxóssi com sete setas, que são as sete buscas contínuas do ser.Oxóssi expande, irradia e impele os seres.

 

" Foi zambi quem criou o mundo

É zambi quem vem governar

Foi zambi quem criou, a estrela que ilumina

Oxossi lá no Juremá

Okê, okê, okê

Okê meus caboclos okê "

 

Nanã Buruque

 

    Sincretizada em N.S. de Sant`ana, é cultuada no dia 26 de Julho.

    Ela é responsável pelo elemento barro, assim mostrando que Nanã fez parte da criação do 1º homem e de todos os seres viventes na terra.

    Nanã é considerada a Mãe de todos os Orixás e Zambi o Pai dos Orixás e espíritos que ela dirige.

    Também associada tanto com a vida como com a morte, atua nas águas das chuvas limpando a Atmosfera e varrendo o Ar. Além disso é considerada Mãe dos Orixás Omulú (Obaluayê) e Oxumarê.

    Pertence a linha do Obaluayê, podendo também atuar na linha de Iemanjá.

 

" São flores Nanã, são flores

São flores Nanã Buruque

São flores Nanã, são flores

São flores Nanã Buruque

Nossa Senhora Sant'ana

Ela é a Nanã Buruque

Mas ela é mãe do meu pai

Mas ela é mãe do meu pai

O seu filho é Obaluaê.

São flores Nanã, são flores

São flores Nanã Buruque

São flores Nanã, são flores

São flores Nanã Buruque

Nas horas de agonia

Quem sempre vem me valer

É seu filho, Nanã

É o meu pai

É atotô Obaluaê "

 

Omulu/Obaluaê


    Obaluae na Umbanda é um Orixá da renovaçao dos espíritos decaídos, resgatador da suas dívidas cármicas, na manifestação de Omulu trabalha como ceifador dos erros, ou seja, é o senhor dos mortos e o regente dos cemitérios considerado o campo santo entre o mundo terrestre material e o mundo astral espiritual, trabalhando com muito amor na guia destes espíritos, tendo como servo exu caveira o guardião dos cemitérios. Obaluaie é o mistério da irradiação que plasma o espirito desencarnado em vias de reencarne, amoldando-o para o útero materno, propiciando assim uma nova via evolutiva. Obaluae é o senhor das doenças podendo curar uma pessoa de uma doença.Na gíra de caboclos pode ser chamado de "caboclo do fogo" e quando entra nos terreiros da umbanda sua cabeça sempre tem que ser coberta,pois,obaluae tinha muitas feridas e cobria seu rosto com palha para que ninguem podesse ver as feridas. Diz uma lenda africana que ele estava em uma festa e ninguém queria dançar com ele sabendo de suas feridas até que Iansã veio até ele levantou a palha de seu rosto e com sua ventarola provocou um vento tão forte que as feridas de obaluae sairam do corpo dele se transformando em pipoca.

 

" O velho omulu vem caminhando devagar

O velho omulu vem caminhando devagar

Apoiado em seu cajado, ele vem nos ajudar

Apoiado em seu cajado, ele vem nos ajudar.

Omulu é, dono da terra Atotô Obaluaê

Omulu é, dono da terra Atotô Obaluaê "